domingo, 27 de abril de 2014
terça-feira, 22 de abril de 2014
O reencontro de Jesus com Maria Madalena: buscar sempre, sem desanimar
O capítulo 20 do Evangelho de João traz alguns episódios
que nos transmitem a experiência e a ideia da ressurreição que existia nas
comunidades do Discípulo Amado. Eis o conteúdo:
1. Maria Madalena vai ao sepulcro, vê a pedra retirada e
chama os apóstolos. O Discípulo Amado e Pedro vão verificar o acontecido. O
Discípulo Amado viu e acreditou (Jo 20,1-10).
2. Maria Madalena reencontra Jesus e tem uma experiência
de ressurreição (Jo 20,11-18).
3. A experiência de ressurreição da comunidade dos
discípulos (Jo 20,19-23).
4. Uma nova experiência comunitária de ressurreição com
Tomé (Jo 20,24-29).
5. Conclusão: o objetivo da redação do evangelho é levar
as pessoas a crerem em Jesus e, acreditando nele, terem a vida (Jo 20,30-31).
2. Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria
Madalena, transparecem as etapas da travessia que ela teve de fazer, desde a
busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas
quais passamos todos nós, ao longo da vida, na busca em direção a Deus e na
vivência do Evangelho.
Comentando
1. João 20,11-13: Maria Madalena chora, mas busca
Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena.
Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus até a
hora da sua morte na cruz.
Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao
sepulcro para estar no lugar onde tinha encontrado o Amado pela última vez.
Mas, para a sua surpresa, o sepulcro estava vazio. Os anjos perguntam: “Por que
você chora?” Resposta: “Levaram meu senhor e não sei onde o colocaram!” Maria
Madalena busca o Jesus que tinha conhecido e com quem tinha convivido durante
três anos.
2. João 20,14-15: Maria Madalena conversa com Jesus sem
reconhecê-lo
Os discípulos de Emaús viram Jesus, mas não o
reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Ela vê Jesus,
mas não o reconhece. Pensa que é o jardineiro. Como os anjos, Jesus pergunta:
“Por que você chora?” E acrescenta: “A quem está procurando?” Resposta: “Se foi
você que o levou, diga-me, que eu vou buscá-lo!” Ela ainda busca o Jesus do
passado, o mesmo de três dias atrás. A imagem do Jesus do passado impede que
ela reconheça o Jesus vivo, presente na frente dela.
3. João 20,16: Maria Madalena reconhece Jesus
Jesus pronuncia o nome: “Maria!” Foi o sinal de
reconhecimento: a mesma voz, o mesmo jeito de pronunciar o nome. Ela responde:
“Mestre!” Jesus tinha voltado, o mesmo que tinha morrido na cruz. A primeira
impressão é de que a morte foi apenas um incidente doloroso de percurso, mas
que agora tudo tinha voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força.
Era o mesmo Jesus que ela conhecera e amara. Aqui se realiza o que Jesus disse
na parábola do Bom Pastor: “Ele as chama pelo nome, e elas conhecem a sua voz.”
- “Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,3.4.14).
4. João 20,17-18: Maria Madalena recebe a missão de anunciar
a ressurreição aos apóstolos
De fato, é o mesmo Jesus, mas a maneira de estar junto
dela já não é mais a mesma. Jesus lhe diz: “Não me segure, porque ainda não
subi para o Pai!” Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e
assumir sua missão: anunciar aos irmãos que ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus
abriu o caminho para nós e fez com que Deus ficasse, de novo, perto de nós.
Maria Madalena e o discipulado das mulheres
Nos Evangelhos, muitas vezes, Maria Madalena é citada
nominalmente: como discípula de Jesus (Lc 8,1-2); como testemunha da sua
crucifixão (Mc 15,40-41; Mt 27,55-56; Jo 19,25); como testemunha do seu
sepultamento (Mc 15,47; Mt 27,61); como testemunha da sua ressurreição (Mc
16,1-8; Mt 28,1-10; Lc 24,1-10; Jo 20,1.11-18); como enviada aos Onze com uma
mensagem de Jesus (Mt 28,10; Jo 20,17-18). Nenhum texto do Evangelho diz que
Maria Madalena foi uma pecadora.
Teriam interpretado mal a expressão “Maria Madalena da
qual haviam saído sete demônios” (Lc 8,2)? Esta expressão, que aparece somente
em Lucas e no apêndice de Marcos (Lc 8,2; Mc 16,9), criou uma série de
preconceitos contra Maria Madalena. Mas, para o Evangelho de Lucas, a possessão
não significa pecado, e sim doença.
O número 7, sempre simbólico, parece indicar a gravidade
da situação. No contexto de Lucas, podemos interpretar que Maria Madalena
padecia de uma grave doença nervosa ou psicossomática. No encontro com Jesus,
ela recupera a harmonia interior e entra em um processo de crescimento e
amadurecimento pessoal até atingir a plenitude do seu ser na experiência
pascal.
Encontramos nos quatro evangelhos várias listas com os
nomes dos 12 discípulos que seguiam Jesus. Havia também mulheres que o seguiam
desde a Galileia até Jerusalém. O Evangelho de Marcos define a atitude delas
com três palavras: seguir, servir, subir até Jerusalém (Mc 15,41). Os primeiros
cristãos não chegaram a elaborar uma lista destas discípulas que seguiam Jesus
como o fizeram com os homens. Mas os nomes de seis destas mulheres estão
espalhados pelas páginas dos evangelhos: Maria Madalena (Lc 8,3), Joana, mulher
de Cuza (Lc 8,3), Suzana (Lc 8,3), Salomé (Mc 15,40), Maria, mãe de Tiago e
José (Mc 15,40), e a mãe dos filhos de Zebedeu (Mt 27,56). Em todos estes
textos, exceto João 19,25, Maria Madalena é citada em primeiro lugar, indicando
sua liderança no grupo de discípulas de Jesus. Há muitas outras mulheres,
amigas de Jesus, que são nomeadas nos evangelhos, por exemplo, as duas irmãs
Marta e Maria, mas só destas seis se diz que “seguiam a Jesus desde a Galileia”
(Mt 27,55-56; Mc 15,41) ou que “o acompanhavam junto aos Doze” (Lc 8,1-3).
Trecho extraído da publicação Raio-X da
Vida. Círculos Bíblicos do Evangelho de João. [Mesters, Lopes e Orofino]
quarta-feira, 9 de abril de 2014
13 de abril - Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
O Domingo de Ramos abre por excelência a Semana Santa.
Relembramos e celebramos a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém,
poucos dias antes de sofrer a Paixão, Morte e Ressurreição.
Este domingo é chamado assim porque o povo cortou ramos
de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão onde Jesus
passava montado num jumento. Com folhas de palmeiras nas mãos, o povo o
aclamava "Rei dos Judeus", "Hosana ao Filho de Davi",
"Salve o Messias"... E assim, Jesus entra triunfante em Jerusalém
despertando nos sacerdotes e mestres da lei muita inveja, desconfiança, medo de
perder o poder. Começa então uma trama para condenar Jesus à morte e morte de
cruz.
O povo o aclama cheio de alegria e esperança, pois Jesus
como o profeta de Nazaré da Galileia, o Messias, o Libertador, certamente para
eles, iria libertá-los da escravidão política e econômica imposta cruelmente
pelos romanos naquela época e, religiosa que massacrava a todos com rigores
excessivos e absurdos.
Mas, essa mesma multidão, poucos dias depois, manipulada
pelas autoridades religiosas, o acusaria de impostor, de blasfemador, de falso
messias. E incitada pelos sacerdotes e mestres da lei, exigiria de Pôncio
Pilatos, governador romano da província, que o condenasse à morte.
Por isso, na celebração do Domingo de Ramos, proclamamos
dois evangelhos: o primeiro, que narra a entrada festiva de Jesus em Jerusalém
fortemente aclamado pelo povo; depois o Evangelho da Paixão de Nosso Senhor
Jesus Cristo, onde são relatados os acontecimentos do julgamento de Cristo.
Julgamento injusto com testemunhas compradas e com o firme propósito de
condená-lo à morte. Antes porém, da sua condenação, Jesus passa por humilhações,
cusparadas, bofetadas, é chicoteado impiedosamente por chicotes romanos que
produziam no supliciado, profundos cortes com grande perda de sangue. Só depois
de tudo isso que, com palavras é impossível descrever o que Jesus passou por
amor a nós, é que Ele foi condenado à morte, pregado numa cruz.
O Domingo de Ramos pode ser chamado também de
"Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor", nele, a liturgia nos
relembra e nos convida a celebrar esses acontecimentos da vida de Jesus que se
entregou ao Pai como Vítima Perfeita e sem mancha para nos salvar da escravidão
do pecado e da morte. Crer nos acontecimentos da Paixão, Morte e Ressurreição
de Nosso Senhor Jesus Cristo, é crer no mistério central da nossa fé, é crer na
vida que vence a morte, é vencer o mal, é também ressuscitar com Cristo e, com
Ele Vivo e Vitorioso viver eternamente. É proclamar, como nos diz São Paulo:
'"Jesus Cristo é o Senhor", para a glória de Deus Pai' (Fl 2, 11)
fonte: www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/semanasanta/15.htm
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